Tradutória
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quinta-feira, setembro 18, 2003
[12:15 PM]
Recebi ontem a edição Abril/Junho de 2003 do Boletim da Abrates, que traz dois artigos muito interessantes: "Da Necessidade de Especialização", assinado pela tradutora Renata Celente (filiada pela Abrates), e o "Ato Tradutório", por Helen Ilza Borges de Oliveira, que escreveu uma monografia com o tema "O ato tradutório a partir do tradutor: um estudo de caso".
O primeiro trata sobre a necessidade de nós, tradutores, especializarmos em áreas específicas do conhecimento.
Eis alguns pontos importantes do artigo:
" A especialização é fundamental, não só para textos jurídicos mas para qualquer área."
"Por especilalização, devemos entender a concentração prática em um determindao assunto, não sendo essencial educação formal na área do conhecimento escolhida."
"O leitor precisa acreditar que o tradutor entende e corrobora o que está escrevendo, e é a especialização que vai guarnecer essa credibilidade."
"O tradutor especializado estará em maior contato com o universo do assunto que traduz, familiarizado com seus estilos de textos e sua terminologia."
"Más é direito do autor, do leitor e do cliente final que documentos técnicos, independentemente da área de conhecimento recebam um tratamento tradutório adequado, qual seja, o manuseio por um tradutor que conheça com razoável profundidade o assunto no qual está trabalhando."
Em "O Ato Tradutório" através de um estudo de caso, a autora descreve as estratégias utilizadas no ato tradutório, em busca de um método de trabalho capaz de satisfazer às necessidades do tradutor e da tradução.
Pontos importantes do artigo:
"Para desenvolver seu trabalho, o tradutor teve, primeiramente, que munir-se de dicionários específicos em língua materna, monolíngüe, bilíngüe e de termos técnicos na área a ser traduzaida, tanto quanto utilizar de outros artigos já traduzidos na mesma área."
"A Imparcialidade do tradutor foi fundamental para que o trabalho fosse mais bem qualificado e , consequentemente, ele - o tradutor - mais bem reconhecido."
"O dicionário é útil, principalmente em se tratando da tradução técnica, porém, como todas as outras ferramentas, deve ser utilizada em paralelo com o conhecimento do tradutor."
"Um bom tradutor deve desconfiar de todo e qualquer dicionário."
"O tradutor deve estar muito bem informado a respeito de aspectos ligados aos conceitos e teorias pertinantes a ela."
"Em se tratando do ato tradutório, uma tradução eficaz baseia-se na substituição de material textual em uma LF [língua fonte] por material textual equivalente em uma LM [língua meta]."
"Pode-se dizer então que esse intercâmbio [intercâmbio de conhecimentos requeridos no ato tradutório] é adquirido com o hábito da leitura, pois quanto mais bem informado for o leitor, mais bem sucedidas serão suas chances de transmitir a mesma mensagem na LM que o autor do texto original quis transmitir em LF."
"Ttraduzir significa ler, produzir significados a partir de um determinado texto."
"Um profissional bem preparado deve saber reconhecer tais momentos no ato tradutório [utilização das técnicas que formam o método de cada tradutor], e, assim, aproximar ao máximo a tradução em LM de seu original em LF, visto que a tradução tem por objetivo ser fiel ao original [daí a questão do conceito de fidelidade,a tradução como transformação de significados em oposição à noção de tradução como transferência, mas isso é outra estória], não discutir o seu conteúdo e atender aos requisitos formulados por quem os solicita."
O Boletim da Abrates é distribuído gratuitamente (pelo menos por enquanto) aos filiados do sindicato de tradutores, aos estudantes de tradução e tradutores free lancer. Entre no site da Abrates (ver seção de Links ao lado) e cadastre-se para receber o seu em casa.
Postado por Jim | Speak Out!
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